Caixa de vazios Vicente Humberto – Um mergulho poético na simplicidade da vida

Quem é Vicente Humberto?

Vicente Humberto Lôbo Cruz, nascido em Uberaba (MG), é mais do que um poeta — é um observador do cotidiano, um tradutor das sensações humanas mais profundas em versos de tocante simplicidade. Com uma trajetória de vida que cruza Minas Gerais, Goiás e outras regiões do Brasil, sua poesia carrega o sotaque das paisagens que percorreu e dos afetos que colecionou.

Trajetória pessoal e literária

Aos mais de 70 anos, Vicente possui uma vivência marcada por deslocamentos e contemplações. Viveu em cidades como Goiânia, São Paulo, Ituiutaba e atualmente divide-se entre Araxá (MG) e Catalão (GO). Sua carreira literária começou em 1983 com “Folhas Levadas”, e seguiu com “Perpendiculares” (1986), “Abacates no Caixote” (2020), “Borboletas no Repolho” (2021), até chegar ao seu mais recente lançamento, “Caixa de vazios” (2024).

Formação e múltiplas influências

Engenheiro de formação pela UFMG e também graduado em Letras pela UFG, Humberto une razão e sensibilidade em sua produção poética. Suas influências variam entre Mário Quintana, Manuel Bandeira e a própria experiência de vida, transmutadas em versos claros, musicais e profundamente humanos.

Livro – Caixa de vazios

Em sua “constelação de inquietudes” poéticas, Vicente Humberto, no exercício da sua voz, navega em vários ritmos e cantares, que vão da temática amorosa ao cheiro da terra-mãe. Este seu Caixa de vazios nos traz a configuração de uma linhagem que dialoga, por vezes, com Mário Quintana e com um certo Bandeira.


A proposta poética de “Caixa de vazios”

“Caixa de vazios” é um convite à contemplação do invisível, ao reconhecimento da falta como fonte de beleza e sentido. A obra caminha pela borda da existência com passos leves e firmes, tocando temas como a solidão, a impermanência e a busca constante por preencher o incompleto.

O vazio como matéria-prima

Para Vicente, o vazio não é ausência, mas sim um espaço fértil de criação. Nas palavras do próprio autor, trata-se de uma tentativa constante de preencher o incompleto, ainda que conscientes da impossibilidade de alcançar todas as respostas. Isso torna o livro uma reflexão sutil e poderosa sobre a condição humana.

A observação do cotidiano como estética

A poesia de Vicente é profundamente ancorada na vida comum — no afeto de um gesto, no silêncio de uma manhã, no som de um haikai solto na tarde. Seu olhar transforma o ordinário em extraordinário com leveza, pincelando paisagens emocionais com palavras que ecoam.


Estrutura e seções do livro

O livro se organiza em três blocos, cada um com sua própria atmosfera e poética:

Uma árvore quase pronta

Nesta seção, há o amadurecimento da linguagem e dos sentimentos. A metáfora da árvore sugere um tempo de crescimento, de preparação, de brotar entre incertezas e esperanças.

Fazenda Harmonia

Aqui, os afetos ganham corpo. A paisagem rural e os elementos da natureza moldam os poemas como se fossem registros sensoriais, num equilíbrio delicado entre nostalgia e presença.

Sombra feliz

A última parte do livro apresenta a reconciliação com o vazio. A sombra deixa de ser ameaça e se transforma em abrigo. É a parte mais reflexiva, onde a maturidade do poeta se expressa em versos densos e iluminados.


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