“Pertencer a mim mesmo” virou mantra para RAVIH, artista de Parelheiros, São Paulo. Seu álbum de estreia, “Próprio”, encerra uma trilogia visual sobre autoamor, já disponível em todas as plataformas. Com letras que atravessam uma década, o projeto retrata o amadurecimento de uma juventude periférica preta e queer.
Trilogia audiovisual: um recado das periferias
O álbum chega com uma sequência de clipes roteirizados por RAVIH e dirigidos em parceria com Karina Tigre e André Lessa. A trilogia destaca pluralidade. O último clipe foca em jovens de diferentes culturas periféricas paulistanas, incluindo artistas indígenas e da comunidade LGBTQIAPN+. “Queríamos mostrar que as periferias são múltiplas. Elas são parecidas, mas têm suas diferenças”, explica RAVIH.
O clipe final explora a estética da cultura ballroom. Em uma casa noturna onde todos estão cobertos por véus, os jovens vão se revelando na pista de dança, numa alusão à coragem de viver sem se esconder. “Foi importante homenagear essa cultura e falar sobre o quanto é desafiador se enxergar sem distorções”, diz o artista.
De Liniker a Rico Dalasam: inspirações que definem o som
Com uma base predominantemente pop e elementos de soul, reggae, funk e afrobeats, RAVIH teve como inspirações Liniker, MC Tha, Rico Dalasam, Tuyo e até Alicia Keys. O resultado? Um álbum que é um mix vibrante e dançante, mas carregado de significado e vivência.
Toda a produção musical é assinada por ele, com contribuições de Arielly Porto. O projeto foi amadurecendo conforme RAVIH foi entendendo seu próprio lugar no mundo. “Muito do que escrevi é sobre me descobrir e me aceitar, algo que acho que muitos jovens vão entender”, reflete.
Celebração e resistência: RAVIH transforma autoamor em arte
O lançamento do álbum e curta no último dia 5 de outubro teve direito a tapete vermelho no Centro Cultural do Grajaú. Amigos, familiares e artistas lotaram o espaço, celebrando esse marco na trajetória de RAVIH. Para ele, a próxima missão é levar “Próprio” para o público: “Quero que os shows sejam uma celebração da nossa força coletiva e individual”, comenta.
Um mini documentário sobre os bastidores dessa trilogia também está no radar, prometendo inspirar outros jovens da música e do audiovisual. “Espero que essa jornada motive novos talentos das periferias”, conclui.
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